Um por todos,
todos por um
Antonio
Carlos dos Reis
Há
mais de dois séculos o movimento sindical reivindica melhor qualidade de
trabalho. E, ao contrário do que é constante e irresponsavelmente falado, as
centrais sindicais não existem como organização para lavar dinheiro ou dar
“luxo” aos dirigentes. Foram criadas para dar mais consistência e força àquela
antiga luta relativa aos direitos dos trabalhadores e lhes garantir condições
profissionais mais dignas.
Porém, como diz o dito popular, “uma andorinha só
não faz verão”. É essencial que haja união entre as centrais sindicais para que
os objetivos em comum sejam alcançados. Quando ocorrem batalhas isoladas, os
resultados podem não ser satisfatórios para ninguém. É notório que houve êxito
nas últimas reivindicações feitas em favor dos trabalhadores brasileiros.
Dentre
essas conquistas, uma das mais significativas é o aumento do salário mínimo para
R$ 415,00,
A
união de grandes centrais sindicais na formação da Marcha da Classe Trabalhadora
é a responsável por essa vitória. Anualmente, nos reunimos e vamos a Brasília
para pedir aumento do salário mínimo e apresentar alternativas para melhorar a
vida dos trabalhadores e diminuir o desemprego. Na última Marcha, foram
reivindicados redução da jornada de trabalho; mais e melhores empregos; e
fortalecimento da seguridade social e das políticas públicas. No tocante à
diminuição da carga horária de trabalho de 44 para 40 horas semanais, as
centrais estão unidas, mais uma vez, para recolher cerca de quatro milhões de
assinaturas e apresentar o projeto ao Congresso Nacional. Não se trata de uma
briga para trabalhar menos e sim para gerar mais empregos.
Uma pesquisa do
Dieese revelou que essa redução de quatro horas criaria mais de dois milhões de
empregos. Se a diminuição for acompanhada do fim das horas extras, será mais 1,2
milhão. Com mais pessoas trabalhando e mais salários pagos, o consumo tende a
aumentar e a economia brasileira a crescer.
A união das centrais sindicais
também resultou no veto presidencial à Emenda 3, que proibia os auditores
fiscais da Receita Federal de autuar ou fechar as empresas prestadoras de
serviço constituídas por uma única pessoa, quando entendessem que essa situação
era, na verdade, uma relação trabalhista. Outra medida a favor dos cidadãos,
obtida pela aliança entre as centrais, é a correção de 4,5% na tabela do Imposto
de Renda, que começou a vigorar
Entretanto,
apesar de todas as batalhas enfrentadas e vencidas ao logo desses anos, muitos
só fazem criticar o sindicalismo brasileiro.
O autor é vice-presidente nacional da
UGT