Sindicato
reage à ação do MPT contra cobrança das taxas assistencial e sindical
"(...) limitar as atribuições do
Ministério Público do Trabalho em relação aos sindicatos para
que não volte a mesma prática do Ministério do Trabalho, na época
do regime de exceção, que praticava intervenção nos sindicatos"
O Sindicato dos Frentistas de Osasco reagiu
contra a ação do Ministério Público do Trabalho (MTP), que sistematicamente
tem atuado para impedir os sindicatos de cobrar as contribuições
assistencial e sindical.
O sindicato entrou com ação na Justiça contra
o Ministério Público do Trabalho para anular o Termo de Ajuste
de Conduta (TAC) feito entre o presidente da entidade e o Ministério
Público do Trabalho.
Esta anulação foi baseada no resultado da
assembléia da categoria que foi contra a assinatura do TAC.
O advogado Marcio Pucu explicou que o Ministério
Público chamou o presidente do sindicato, João Guimarães Farias,
e comunicou que ele não poderia cobrar as contribuições assistencial
e sindical e mandou que ele assinasse o TAC.
"Ele assinou o TAC sem a autorização
da assembléia de trabalhadores e o Ministério Público não observou
este formalismo, que é necessário. Se prevalecesse este TAC o
sindicato deixaria de existir por completa falta de recursos
e os trabalhadores não teriam seus representantes legais", disse Pucu.
O Sindicato dos Frentistas entrou com ação
na 3ª Vara do Trabalho de Osasco e a juíza Sandra dos Santos
Brasil resolveu extinguir o processo, sem analisar o mérito.
Mérito
Entretanto, o Sindicato recorreu ao TRT/SP
(Tribunal Regional do Trabalho), da 2ª Região, para uma nova
apreciação da questão.
O recurso ordinário já está tramitando na 2ª instância aguardando
inclusão pauta para julgamento, ou seja, para ser apreciado
o mérito.
"A questão",
declarou Pucu, "é limitar as atribuições do Ministério Público do Trabalho em relação aos sindicatos
para que não volte a mesma prática do Ministério do Trabalho,
na época do regime de exceção, que praticava intervenção nos
sindicatos".
João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral
da Força Sindical, destacou que a ação do sindicato contra o
Ministério Público mostra que é possível reagir contra o autoritarismo.
"Os sindicatos devem ficar atentos
porque qualquer assinatura do TAC prescinde de autorização da
assembleia de trabalhadores. Alguns integrantes do Ministério
Público do Trabalho perderam o foco de sua atuação quando se
voltam contra os sindicatos em vez de atuar com as entidades
sindicais para combater o trabalho precário que ainda existe
no País", observou Juruna.
Representação da categoria
O presidente da Federação dos Frentistas do
estado de São Paulo, Luis Arraes, observou que o sindicato não
representa apenas os sócios, mas toda a categoria e negocia a
convenção coletiva para todos os trabalhadores.
"Existem pareceres dos ministros
Sepúlveda Pertence e Marco Aurélio, entre outros, argumentando
que se o trabalhador que recebe os benefícios não quer que sejam
descontadas as contribuições, na verdade, só quer ganhar sem
espírito associativo, ou seja, apenas usufrui sem participar
da luta reivindicatória de melhores salários e direitos sociais
e, pior, goza dos benefícios, cujos custos foram pagos pelos
seus companheiros", afirmou Arraes.
Fonte: Força Sindical
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