Direito
de ir à Justiça do Trabalho sem advogado pode acabar
Um anteprojeto sobre honorários de sucumbência
na Justiça do Trabalho será apresentado, na próxima quarta-feira
(6/5), ao presidente da seccional do Rio de Janeiro da OAB,
Wadih Damous. O texto, preparado pelo ex-ministro do Tribunal
Superior do Trabalho, Arnaldo Lopes Sussekind, e pelo advogado
Benedito Calheiros Bomfim, pode servir para acabar com o chamado
ius postulandi , ou seja, a possibilidade de a parte entrar
com ação na Justiça trabalhista sem ser representada por um
advogado.
A proposta altera o artigo 839 da Consolidação
das Leis do Trabalho. De acordo com a proposta, a reclamação
na Justiça trabalhista será apresentada por advogado, que poderá
atuar em causa própria, ou pelo Ministério Público do Trabalho.
Advogados da Comissão Especial de Estudos
sobre Honorários de Sucumbência na Justiça do Trabalho da OAB
do Rio entendem que a possibilidade de a pessoa entrar com
ação sem um advogado para representá-la é um dos fundamentos
para não se reconhecer os honorários de sucumbência na Justiça
trabalhista.
Serão devidos honorários de sucumbência
ao advogado que patrocinou a demanda judicial, fixados entre
10% (dez por cento) a 20% (vinte por cento) sobre o valor da
condenação, e, ao arbítrio do juiz, será estipulado valor monetário
indenizatório sob igual título, nas causas de valor inestimável,
estipula a proposta.
A apresentação do anteprojeto acontece
no dia 6 de maio, às 18h, no Instituto dos Advogados Brasileiros
(Av. Marechal Câmara, 210), no Rio de Janeiro. Na ocasião,
Sussekind e Calheiros Bonfim serão homenageados.
A comissão para discutir honorários na
Justiça trabalhista foi criada no final de 2007. O presidente
da comissão, Nicola Manna Piraino, afirma que o texto foi elaborado
após a comissão debater sobre o tema e receber sugestões de
advogados da área de várias partes do país, além de seminário
nacional que discutiu o assunto.
O anteprojeto será levado pela OAB-RJ
ao Congresso Nacional e com certeza será aprovado, coroando
uma histórica luta dos advogados trabalhistas, com o que restará
valorizada a própria Justiça do Trabalho, afirmou Piraino.
Fonte: TST