Aviso
prévio poderá ser maior
A equipe do presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), finalizou ontem os últimos detalhes do projeto de
lei que regulamenta o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.
A proposta, que começa a ser discutida nos próximos dias, estabelece
que o atual modelo de 30 dias será mantido para quem está, no
máximo, há dois anos numa empresa. Depois disso, surge uma escala
de seis dias para cada ano trabalhado.
Ou seja, quem for demitido após sete anos
de carteira assinada teria direito a um aviso prévio de dois
meses: um referente aos dois anos iniciais e o outro aos cinco
restantes. E assim por diante. A empresa que for demitir um empregado
com 12 anos de empresa, por exemplo, seria obrigada a conceder
três meses. A ideia é beneficiar apenas o empregado. O prazo
de 30 dias de aviso prévio para quem pedir demissão não seria
alterado.
Sarney tem pressa em colocar o assunto em
votação. Adota o discurso de que a medida poderá ajudar no combate
ao desemprego na crise financeira mundial. O senador quer incluir
a proposta no rol do Pacto Republicano, lançado na última segunda-feira
em conjunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes
da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Supremo Tribunal Federal
(STF), Gilmar Mendes. Naquele dia, Sarney anunciou a intenção
do projeto, sem revelar os detalhes que foram fechados na manhã
de ontem.
O artigo 7º da Constituição já prevê o benefício.
Segundo o texto, um trabalhador tem direito a aviso prévio proporcional
ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da
lei. Só que o Congresso nunca regulamentou a forma como isso
seria feito. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estabelece
apenas 30 dias. A proposta de Sarney altera a CLT, acrescentando
o aviso prévio proporcional em favor do empregado.
Outros projetos sobre o tema já tramitam na
Câmara e no Senado. Sarney deve sugerir que sua proposta entre
como substitutivo ou seja apensada a um projeto do senador Paulo
Paim (PT-RS). Somente ontem Sarney foi avisado de que o colega
já apresentou proposta semelhante e mais ousada: dois meses de
aviso prévio para quem tem cinco anos de emprego, três meses
entre cinco e 10 anos, e 180 dias para quem tem mais de 15 anos
de serviço.
Fonte: Jusbrasil
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