Banco
do Brasil e Caixa defendem cadastro positivo para reduzir
os juros no país
Os presidentes do Banco do Brasil, Antonio
Francisco de Lima Neto, e da Caixa Econômica Federal, Maria
Fernanda Ramos Coelho, defenderam no Senado, nesta quarta-feira
(18), que o Congresso aprove a legalização do chamado "cadastro
positivo" de bons pagadores como um dos caminhos para
reduzir os juros cobrados dos consumidores. O projeto está
na Câmara dos Deputados.
Em audiência pública realizada em conjunto
pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pela Comissão
de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidade,
os dois afirmaram ainda que a portabilidade da conta corrente
dos servidores públicos, que será efetivada em fevereiro de
2012, também contribuirá para a queda dos juros. Essa portabilidade
permitirá que o servidor escolha em qual banco ele quer receber
seu salário.
Os presidentes da CAE, senador Garibaldi
Alves Filho (PMDB-RN), e da Comissão da Crise, senador Francisco
Dornelles (PP-RJ), decidiram promover audiências públicas
sobre taxas de juros para apresentar ao Congresso sugestões
para sua redução.
O presidente do BB, Lima Neto, informou que
a inadimplência é responsável por 38% do spread da instituição
- spread é a diferença entre as taxas de juros pagas aos aplicadores
e aquelas cobradas de quem toma empréstimo. Ele acredita que
a inadimplência entre as pessoas do "cadastro positivo"
deverá ser "bastante reduzida", refletindo nas taxas
de juros para essas pessoas. Maria Fernanda lembrou que, graças
ao crédito consignado no serviço público (a prestação do empréstimo
é paga ao banco diretamente pelo órgão público), existem bancos
que baixaram suas taxa para 0,99% ao mês.
A presidente da Caixa informou ainda que,
mesmo com a elevada inadimplência, a Caixa e o Banco do Brasil
cobram as menores taxas de juros dos consumidores, conforme
levantamento do Procon. A Caixa cobra 4,39% ao mês nos empréstimos
pessoais, enquanto no Banco do Brasil a taxa é de 4,6%. Detalhe:
o mesmo levantamento, apresentado por Maria Fernanda revela
que existe banco que cobra 12,3% ao mês. A inflação de fevereiro
foi de 0,55%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), do IBGE.
Lima Neto e Maria Fernanda apresentaram dados
para comprovar que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal
aumentaram o crédito depois de deflagrada a crise financeira
internacional, em setembro último, ao contrário dos bancos
privados. O BB chegou a elevar o crédito em 41% em 2008, comparando-se
com 2007. Entretanto, as instituições financeiras públicas
do país só atendem a 36,5% de todo o crédito oferecido no
país, cujo total chega a R$ 1,22 trilhão.
Na área habitacional, a Caixa responde por
75,8% de tudo que é oferecido no país. Maria Fernanda informou
que, por decisão do governo, o total da Caixa em habitação
subiu de R$ 17 bilhões em 2004 para atuais R$ 46 bilhões ao
ano.
- A Caixa assina todo dia 2.903 contratos
de financiamento de imóveis - informou.
Fonte: Agência Senado
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