Sindicalistas
negociam com relator benefícios para aposentados
Sindicalistas estiveram nesta quarta-feira
na Câmara negociando com o relator do projeto de lei que extingue
o fator previdenciário (PL 3299/08), deputado Pepe Vargas (PT-RS),
uma redução da perda imposta aos aposentados no momento da
concessão dos benefícios.
Hoje, essa perda pode chegar a 40% com
a aplicação do fator. Centrais de trabalhadores, entre elas
a Força Sindical, propõem uma redução máxima de 20%, como explica
o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da entidade.
O parlamentar dá como exemplo um homem
que chegou aos 35 anos de contribuição. Segundo Paulo Pereira,
quando esse homem vai se aposentar perde, em média, 38% do
que ganha. Ou seja, se ele ganha R$ 1 mil, vai se aposentar
hoje com aproximadamente R$ 620.
"Nós estamos discutindo onde
começa essa perda. Nós queremos que essa perda comece com R$
800, ou seja, um trabalhador que ganha R$ 1 mil, do nosso ponto
de vista ele teria que chegar aos 35 anos de trabalho e se
aposentar com R$ 800, 80% do que ele ganharia", destacou o deputado.
Fator 95/85
Por essa proposta, para chegar aos 100% do valor do benefício,
o trabalhador teria que continuar contribuindo para a Previdência,
até alcançar o fator 95/85. Trata-se de uma nova fórmula
proposta por Pepe Vargas para substituir o Fator Previdenciário.
Por essa fórmula, a idade do trabalhador somada ao tempo
de contribuição teria que dar 95 para homens e 85 para mulheres.
Os sindicalistas também reivindicaram
que o cálculo do benefício previdenciário seja em cima de 70%
das maiores contribuições. A ideia de Pepe Vargas é de manter
a regra atual de 80%, mas o deputado não descarta a possibilidade
de reduzir o percentual.
"Nós estamos calculando o impacto
disso sobre as contas da Previdência e negociando com o governo.
O que eu sempre disse desde o primeiro momento é que nós precisamos
ter uma proposta negociada com o governo, porque em assunto
dessa natureza, se não há negociação com o governo, o governo
veta", ressaltou o relator.
É consenso entre sindicalistas e o relator da matéria de que
a fórmula aprovada no Senado para calcular o salário-benefício
pela média dos últimos 36 meses de contribuição, a chamada
média curta, é prejudicial aos trabalhadores, principalmente
os de menor renda.
Fonte: Agência Câmara