Moradia
popular é tarefa para o sindicalismo
Ao anunciar o programa 'Minha Casa, Minha
Vida', o Governo Federal abriu oportunidade de participação
ao movimento sindical, que respondeu com propostas de melhorias
técnicas e garantias trabalhistas.
Fazendo esse gesto, Lula restabeleceu
a linha da história, interrompida pela ditadura de 1964. Antes
do golpe, o sindicalismo tinha presença em planos governamentais,
inclusive com cotas de casas para trabalhadores sindicalizados.
Portanto, cabe ao movimento sindical,
a partir de agora, colocar-se ativamente no plano, como, aliás,
deve fazer em relação ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Já se registram algumas iniciativas. Por
exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil
de São Paulo editou cartilha explicativa sobre o programa.
Em Guarulhos, o Sindicato dos Metalúrgicos cobra do prefeito
Almeida que se abra aos sindicatos a possibilidade de participação
ativa no programa.
Certamente, há muitas outras iniciativas,
variando conforme as possibilidades e interesses locais. O
que não se recomenda é a passividade.
O programa, pela sua dimensão, mobiliza
altos interesses, com as empreiteiras disputando cada palmo
do terreno. Mas construção de casas populares é assunto complicado
demais para ser resolvido por empreiteiras e agentes financiadores.
O movimento sindical tem de ir pra dentro
do 'Minha Casa, Minha Vida', para que o programa saia do papel
e atenda aos interesses do povo, e não das construtoras. (*)
Jornalista e assessor sindical, é coordenador da Agência Sindical
Fonte: Diap
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