Centrais
sindicais entregam a Temer pauta de projetos prioritários
Redução da jornada de trabalho e das perdas para os aposentados estão entre os
destaques na pauta proposta por seis centrais sindicais em
conjunto com seis partidos.
Representantes de seis centrais sindicais
entregaram nesta quinta-feira ao presidente da Câmara, Michel
Temer, uma pauta
de projetos considerados prioritários na área trabalhista.
O principal item dessa pauta, destacado
pelos sindicalistas, é a redução da carga horária máxima semanal
de 44 para 40 horas - Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
231/95.
Michel Temer afirmou que vai colocar as
propostas em pauta à medida em que as negociações com os líderes
partidários avançarem. "As centrais me pediram para levar a Plenário um projeto por mês. Vou verificar
com os líderes, pois é preciso haver certo consenso - não sobre
o mérito, mas sobre a possibilidade de levar à pauta", declarou.
Assinam o documento Força Sindical, Central
Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores
(UGT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Nova Central
Sindical dos Trabalhadores (NCST) e Central Geral dos Trabalhadores
do Brasil (CGTB). A pauta de prioridades foi elaborada em conjunto
com seis partidos - PDT, PT, PSB, PCdoB, PV e PTB.
Impacto considerável
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva
(PDT-SP), afirmou que os projetos selecionados têm impacto
na vida de milhões de trabalhadores, podem gerar novos empregos
(no caso da redução da jornada) e garantir remuneração maior
aos aposentados (projeto que acaba com o fator previdenciário).
"Vamos fazer uma pressão na
Câmara para votar esses projetos", disse Paulo Pereira. A intenção das centrais sindicais é que seja votado pelo
menos uma proposta por mês.
O presidente da Central Geral dos Trabalhadores
do Brasil (CGTB), Antonio Neto, também defendeu a redução da
jornada para gerar mais empregos no País. Ele lembrou que,
no ano passado, as centrais trouxeram à Câmara mais de 1,6
milhão de assinaturas em apoio a essa proposta.
"Em alguns setores, como o
comércio, há uma jornada de até 60 horas semanais. Precisamos
regulamentar isso. Desde 1988 não se mexe na jornada. Chegou
o momento de termos essa conquista", disse Neto.
Pauta
Além da redução na jornada de trabalho - cuja votação deverá
se dar na forma da PEC 231/95 e do Projeto de Lei 4653/94
-, os outros itens da pauta das centrais são:
- votação do substitutivo do relator, deputado Pepe Vargas
(PT-RS), ao projeto que acaba com o fator previdenciário (PL
3299/08);
- aprovação do Projeto de Lei 1/07, que estabelece a política
de valorização do salário mínimo;
- aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 438/01, que
expropria as propriedades rurais onde houver o trabalho escravo;
- aprovação da Convenção 151 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), sobre negociação coletiva no serviço público,
como previsto no Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 795/08;
- leitura de mensagem do Executivo (MSC 389/03) para retirada
de tramitação do PL 4302/98, que trata da terceirização de
mão-de-obra;
- aprovação de uma lei que proíba a demissão imotivada, nos
termos da Convenção 158 da OIT.
Paulo Pereira lembrou que o fim do fator
previdenciário e a política de valorização do salário mínimo
ainda precisam de acerto com a base do governo para serem votados.
Reajuste do mínimo
O secretário nacional de Finanças da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), Jacy Afonso de Melo, defendeu a ideia de que a correção
do salário mínimo em 2010 seja relacionada ao Produto Interno
Bruto (PIB) de 2008, uma vez que o crescimento econômico
deverá ser inferior em 2009.
Já nos anos seguintes, essa variação passaria
a ser, pelo menos, equivalente ao crescimento do PIB do ano
anterior. "Queremos que o salário mínimo tenha aumento real, de acordo com o PIB, sendo
revisto a cada cinco anos, mas com uma política permanente
até 2022", disse.
Fonte: Agência Câmara
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