Projeto para mudança de cálculo de
aposentadoria desequilibra Previdência, diz ministro
O ministro da Previdência Social, José Pimentel,
disse ontem (5) que o projeto de autoria do senador Paulo
Paim (PT-RS) que modifica o cálculo das aposentadorias, aprovado
no Senado, vai de encontro às ações do governo para tornar
a previdência pública equilibrada e socialmente justa. José
Pimentel reuniu-se com o secretário executivo do Ministério
da Fazenda, Nelson Machado, para discutir o texto do fator
previdenciário aprovado pelos parlamentares.
Para o ministro, o texto é inadequado para
num sistema previdenciário público, pois determina que o período
de contribuição para a concessão dos benefícios seja referente
as 36 últimas maiores contribuições dentre as 48 últimas feitas,
chamada de "média curta".
Segundo ele, essa sistemática só irá beneficiar
a minoria dos trabalhadores, porque só premia um grupo que
começa a trabalhar após os 40 anos de idade, após a conclusão
dos cursos de pós-graduação.
"Esse pequeno grupo tem um alto salário
próximo a sua aposentadoria. Além disso, abre uma porta alta
para fraude, pois as pessoas contribuiriam pelo mínimo e ao
final passariam a contribuir pelo teto", afirmou.
Atualmente, o governo leva em consideração
a média de 80% das maiores contribuições pagas pelo trabalhador
a partir de julho de 1994 para fazer o cálculo, a chamada
"média longa". Os valores são corrigidos pela inflação
do período para a concessão do benefício.
Para o ministro, esse cálculo é melhor, pois
a maioria dos trabalhadores tem o melhor salário entre os
30 e 50 anos, com a redução da remuneração próximo da aposentadoria.
A expectativa do ministro é de que as audiências
públicas, na Câmara, para discutir o projeto comecem no início
do mês que vem. O objetivo é elaborar um texto diferente do
aprovado no Senado. As centrais sindicais devem se reunir
no próximo dia 16 com o relator da proposta, deputado Pepe
Vargas (PT-RS), e o governo para discutir mudanças.
Fonte: Agência Brasil
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