Requião
pressiona Sanepar a pagar dívida
O governador Roberto Requião
mandou a Sanepar paralisar todos os investimentos programados.
Quer que a empresa junte dinheiro para pagar o que deve ao
estado – nos seus cálculos, R$ 744 milhões, dos quais ele exige
que R$ 285 milhões sejam depositados nos cofres públicos até
o próximo dia 27.
O recado de Requião para a diretoria da
Sanepar foi levado pelo procurador-geral do estado, Carlos
Marés, que, na qualidade de membro do Conselho de Administração
da companhia, anunciou na última reunião que passaria a votar
“contrariamente a todos os procedimentos que envolvam investimento”,
mesmo que seja evidente a sua necessidade. “A contratação neste
momento se mostra inconveniente e inoportuna”, disse ele, conforme
registra ata da última reunião do conselho.
Segundo informou aos conselheiros, o governador
quer que, a partir de agora, a Sanepar gaste apenas o que for
indispensável para a manutenção dos sistemas em operação que
não forem dispensáveis e que não sejam classificados como investimento.
Marés justificou com a necessidade de a companhia “arcar com
a dívida vencida que possui junto ao estado do Paraná, o que
impede a imobilização sem honrar tal débito”.
A reunião não foi tão pacífica: o presidente
Stenio Jacob continuou insistindo de que a melhor solução para
o futuro da Sanepar continua sendo o aumento do capital – apesar
de o sócio privado, o grupo Dominó, ter obtido na Justiça decisão
que impede a realização da assembleia-geral que deveria ser
convocada para este fim.
Outro que ainda demonstrou alguma esperança
de resolver as coisas sem descapitalizar a Sanepar foi o presidente
do conselho, Pedro Henrique Xavier. Ele pediu que se renovassem
os contatos da diretoria com a Dominó Holdings para que esta
apresente alternativas. Desconhecem-se, até o momento, se a
sugestão de PHX foi levada adiante ou se houve evolução nas
tratativas que eventualmente tenham sido feitas.
O governador anunciou sua decisão de cobrar
a dívida no fim do mês passado, quando mandou ofício de cobrança
à Sanepar. Ele pretende, com o reembolso dos R$ 744 milhões
no prazo máximo de seis meses, constituir uma nova empresa
de saneamento no estado, apenas com capital público, sem sócios
privados. O que se vai fazer com o que sobrar da Sanepar e
com os contratos de longo prazo que mantém com a maioria dos
municípios, não se sabe.
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Olho vivo
Explicações 1
O secretário da Saúde, Gilberto Martin,
passou a tarde de ontem na Assembleia explicando aos deputados
o que o governo está fazendo para enfrentar a epidemia da gripe
suína. Foi tranquilizador – mas nem tanto, pois informou que
nas próximas semanas o quadro pode piorar, a exemplo que ocorreu
em outros países no início da primavera deles. Pois a nossa
primavera está bem próxima.
Explicações 2
Enquanto isso, diante do clamor popular
para que o governo disponibilize na rede pública o antiviral
Tamiflu – considerado o mais eficaz medicamento contra a doença
– o governo pensa o que fazer com uma proposta que lhe foi
feita pelo fabricante. Segundo revelou ontem o deputado Alexandre
Curi, o laboratório Roche ofereceu 1 milhão de doses do remédio,
ao custo total de R$ 116 milhões. O deputado informou que será
encaminhada uma consulta ao Ministério da Saúde.
Morticínio
Fim de semana trágico na região metropolitana
de Curitiba: 42 assassinatos, recorde do ano. E a Secretaria
da Segurança continua afirmando que está tudo bem. Por falar
nisso, terminado há mais de um mês o primeiro semetre, ainda
não foi divulgado o último relatório trimestral da criminalidade
pela Segurança Pública. Nem houve justificativa para o atraso.
Quinto
A vaga aberta com a aposentadoria do desembargador
Ronald Schulman (mais uma do quinto constitucional), será disputada
por seis candidatos – escolhidos em lista votada pela Ordem
dos Advogados do Brasil. Com suas respectivas votações, são
eles : José Hipólito Xavier da Silva (26), Áli Haddad (25),
Ivanise Maria Tratz Martins (23), Domingos José Perfetto (22),
Adyr Sebastião Ferreira (22) e Ivan Aparecido Ruiz (22). A
relação dos indicados da OAB vai agora para o Tribunal de Justiça,
que, por sua vez, vota uma lista tríplice. Caberá ao governador,
entre os três, nomear o novo desembargador. O “sistema” aposta
que o nomeado será José Hipólito, ex-presidente da OAB-Paraná.
fonte: Gazeta do Povo
11/08/09 colunista Celso Nascimento
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