CAE fixa em 2012 fim de multa no FGTS em demissão
O governo venceu hoje (03/11), disputa na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado e conseguiu aprovar projeto que
fixa para 31
de julho de 2012 o fim da multa adicional de 10% incidente
sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) paga pelas
empresas
em caso de demissão sem justa causa. O projeto, de autoria
do senador Renato Casagrande (PSB-ES), foi aprovado pela comissão,
em caráter terminativo. Se não houver recurso no prazo de cinco
dias, seguirá para análise da Câmara dos Deputados dispensando
votação no plenário do Senado.
A lei instituída em 2001 determina que, ao demitir um funcionário sem justa causa,
além da multa de 40% sobre o saldo do FGTS do trabalhador, as
empresas são obrigadas a pagar mais 10% sobre todo o saldo do
fundo a ser recebido pelo demitido. O objetivo da aprovação desta
lei era cobrir rombo de R$ 42 bilhões no patrimônio do FGTS aberto
com a determinação da Justiça de correção monetária de todas
as contas durante os Planos Verão, no governo José Sarney, e
Collor I.
Em seu projeto, Renato Casagrande ressalta
que balanços de 2006 já mostravam recuperação no patrimônio do
FGTS, o que justificaria, na avaliação do senador, o fim da contribuição
em 31 de dezembro de 2010. A Lei de 2001 não determina em qual
prazo esta multa extra deveria ser extinta. "Com o objetivo já prestes a ser alcançado, não parece existir motivo para que
a contribuição prevista no artigo 1º se perpetue, ainda que ela
possa coibir demissões sem justa causa", afirma o relatório favorável do senador Adelmir Santana (DEM-DF).
Porém, durante a votação, o senador Eduardo
Suplicy (PT-SP) pediu que o prazo fosse estendido até julho de
2012. Orientado pelo Ministério do Trabalho, Suplicy afirmou
que cerca de 280 mil processos relativos a reajuste do saldo
do FGTS ainda estão em aberto, o que significa um passivo potencial
de R$ 22,8 bilhões. "Por isto seria um risco acabar com esta contribuição agora", argumentou o senador petista.
Apesar dos protestos da oposição, que queria
a aprovação do projeto para o fim da multa ainda em 2010, o relator
do projeto, Adelmir Santana, acatou a emenda do senador Suplicy
e o projeto foi aprovado conforme a orientação do governo por
9 votos a 4. "Eu era a favor do fim da multa ainda no ano que vem, mas foi acordado entre o
ministério e a base aliada na Câmara e no Senado que o projeto
só teria viabilidade se o prazo fosse estendido para 2012. Como
a lei sequer dá um prazo para o fim desta cobrança, preferi acatar
a emenda. É melhor do que não ter prazo algum", explicou Santana.
FONTE: O Estado do Paraná