Sindicato
reclama de violência durante protestos de trabalhadores em Cascavel
Passeata reuniu cerca de 2.500 funcionários
nas ruas da cidade nesta quarta-feira
Uma passeata com cerca de 2.500 trabalhadores
da construção civil de Cascavel, no oeste do Paraná, marcou o
segundo dia de greve da categoria. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores
da Indústria da Construção Civil de Cascavel e Região (Sintrivel),
mais de 90% dos 6 mil funcionários do setor na cidade aderiram
ao movimento iniciado na terça-feira (27). O Sindicato da Indústria
da Construção Civil (Sinduscon-PR) reclama de violência praticada
contra os trabalhadores que não entraram em greve e informou
que as negociações não serão retomadas enquanto houver manifestações
violentas.
De acordo com o presidente da comissão de
negociação salarial do Sinduscon-PR, Jadir Saraiva de Rezende,
todas as obras no município estão paradas. “Mesmo os funcionários
que não quiseram aderir à paralisação não trabalharam na tarde
desta quarta-feira (28) porque os manifestantes jogaram tijolos
e ameaçaram agredir os trabalhadores que queriam trabalhar”,
declarou. Segundo Rezende, as negociações só serão retomadas
quando as manifestações violentas acabarem.
O presidente do Sintrivel, Oracildes Tavares,
contestou as alegações do sindicato patronal. “Não há qualquer
tipo de violência, nosso protesto é pacífico e fizemos uma passeata
para mostrar que a maior parte dos trabalhadores está em greve”,
declarou. Segundo Tavares, a passeata desta quarta-feira serviu
para mostrar aos patrões que não apenas 30% dos funcionários
da categoria estão parados, como eles informaram à reportagem
da Gazeta do Povo. “Falar que menos de um terço dos funcionários
aderiu à greve é uma vergonha”, completou.
O Sintrivel cobra um reajuste salarial 17,96%,
para que os salários da região se equiparem aos de cidades como
Curitiba, Pato Branco e Francisco Beltrão. Mas o sindicato patronal
ofereceu reajuste salarial de 10% e benefício de R$ 100 para
os colaboradores que não faltarem nenhum dia no mês. Sem acordo,
a greve segue por tempo indeterminado.
Tavares afirma que os trabalhadores estão
dispostos a negociar. O sindicato patronal ainda não fez uma
nova proposta. De acordo com o Sinduscon-PR, algumas construtoras
acreditam que o aumento salarial pedido é viável, enquanto outras
têm medo de quebrar se o reajuste for aprovado. “É uma situação
que vai ser votada em assembleia, mas só depois que a greve deixar
de ter manifestações violentas”, finalizou Rezende.
Fonte: Gazeta do Povo
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