Gratificação
irrita servidores, que ameaçam fazer greve
oO anúncio
de que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) vai pagar a 1,2
mil servidores uma gratificação por tempo integral de dedicação
exclusiva (Tide), irritou parte dos funcionários que ameaça
deflagrar uma greve. Amanhã, cerca de 300 auxiliares administrativos
do tribunal vão se reunir em assembleia para votar um indicativo
de paralisação das atividades.
Os auxiliares administrativos, que têm
salário bruto de R$ 1,2 mil, vinham negociando com o TJ a concessão
da gratificação, mas acabaram sendo preteridos pelos servidores
das secretarias do tribunal – que serão contemplados com o
pagamento da Tide. O TJ não informou o valor que cada um receberá,
nem o impacto financeiro nas contas do Judiciário.
Além de desagradar servidores, o pagamento
da Tide foi questionado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
durante a inspeção feita no tribunal em novembro do ano passado.
No relatório feito após a inspeção, o CNJ entendeu que o TJ
vinha pagando a Tide de forma “indiscriminada” – contrariando
a Constituição Federal e a Estadual.
Apesar desse entendimento do conselho,
o presidente do tribunal, desembargador Celso Rotoli de Macedo,
alega que a gratificação não é inconstitucional. O Sindicato
dos Servidores do Judiciário do Paraná (Sindijus-PR) também
entende que o pagamento não fere a Constituição. Apesar disso,
o coordenador do sindicato José Roberto Pereira questiona o
benefício. “[A Tide] não pode beneficiar apenas alguns em detrimento
de outros, caracterizando tratamento diferenciado, afrontando
o princípio da igualdade que deveria ser a linha mestra a ser
seguida pelo Poder Judiciário”, comentou em uma nota publicada
no site do Sindijus. Ontem, por telefone, ele falou sobre o
compromisso que foi assumido por Rotoli de Macedo. “O presidente
[Rotoli de Macedo] nos disse que a prioridade era conceder
a gratificação para os auxiliares administrativos que, por
conta do baixo salário, estão deixando o quadro de pessoal
do tribunal”, afirmou, citando que dos 600 auxiliares, 300
já pediram exoneração do cargo.
Pereira explicou que amanhã a categoria
se reúne para estudar uma eventual proposta que venha a ser
apresentada pelo TJ. Caso contrário, os servidores vão votar
indicativo de greve.A Gazeta do Povo entrou em contato com
o TJ para comentar o assunto, mas a assessoria de imprensa
informou que o tribunal não ia se manifestar.
fonte: Gazeta do Povo