Sindicato
usa PLR para medir força
Com data-base
marcada para o mês de setembro, o Sindicato dos Metalúrgicos
da Grande Curitiba (SMC) deu início às mobilizações da
categoria em 2010 usando a Participação nos Lucros e Resultados
(PLR) para antecipar a queda de braço com as montadoras
e medir a força da categoria nas negociações. A avaliação
é de que os benefícios conquistados neste primeiro embate
podem balizar as discussões salariais do fim do ano.
Em assembleia realizada às 5 horas
da manhã de ontem, os cerca de 4 mil trabalhadores da Renault
decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, após recusarem
a proposta de PLR da empresa. Os funcionários da Volvo, Volkswagem,
Bosch do Brasil e Case New Holland (CNH) também votaram indicativo
de greve, estabelecendo um prazo de 48 horas para que as
respectivas empresas apresentem novas propostas.
A proposta apresentada pela Renault
prevê a PLR no valor integral de R$ 7,5 mil, com pagamento
mínimo de R$ 6,2 mil. O pagamento seria feito em duas parcelas,
a primeira de R$ 4,75 mil, já na próxima terça-feira (18).
Os trabalhadores reivindicam uma PLR de R$ 9 mil, e exigem
que a primeira parcela tenha um valor superior ao oferecido
pela empresa.
Pela proposta original, o pagamento
integral do valor ficaria em função do cumprimento de algumas
metas, como o aumento de 33% na produção anual de veículos,
das atuais 140.354 unidades para 187.687. Além disso, a empresa
teria de ampliar de 3,9% para 5% sua participação no mercado
nacional. Os trabalhadores consideraram as metas inatingíveis
e, diante da pressão, a Renault teria retirado essas cláusulas.
A cada dia de paralisação a Renault
deixa de fabricar 700 carros de passeio e 60 utilitários.
A assessoria de imprensa da empresa afirmou que considera
“boa” a proposta apresentada aos trabalhadores e afirmou
que, no momento, não cogita aumentar os valores da PLR.
Semana de decisão
Os próximos dias devem ser decisivos
para as negociações entre metalúrgicos e as montadoras de
Curitiba e região metropolitana. Na Volvo, os trabalhadores
pedem uma PLR de R$ 10 mil. Uma assembleia será realizada
na segunda-feira para avaliar uma contraproposta da empresa.
Na Volkswagen, a assembleia está marcada para a próxima terça-feira.
Na CNH, os metalúrgicos rejeitaram a proposta de uma PLR
de R$ 3,8 mil, com adiantamento de R$ 1,9 mil. Eles exigem,
no mínimo, 80% do valor médio fechado pelas montadoras. Nova
assembleia ocorre terça-feira, às 6h45, na porta da fábrica.
Na unidade da Bosch, diante da falta
de uma proposta formal da empresa, os metalúrgicos fizeram
ontem uma paralisação de 2 horas em cada entrada de turno.
Eles deram prazo legal de 48 horas para a empresa apresentar
uma proposta. Novas assembleias ocorrem na segunda-feira,
às 5h e às 14h.
fonte: Gazeta do Povo
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