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de 27% dos que sofrem acidente de trabalho não comunicam ao INSS
Em 2008, dos 747.663 acidentes de trabalho
registrados, 27,1% deles não foram oficialmente comunicados
ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ou seja, 202.395
ocorrências não acarretaram em pagamento de benefício ao trabalhador
acidentado. Os dados são do Ministério da Previdência Social.
Segundo a advogada Sonia Mascaro Nascimento,
alguns trabalhadores acidentados não comunicam o acidente ao
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) porque não chegam
a ficar 15 dias afastados. Outros usam desse artifício para "não ter que cair no INSS". "Eles ficam afastados uns 12 dias, voltam a trabalhar e depois são afastados novamente", diz advogada.
O registro no INSS é chamado de CAT (Comunicação
de Acidente de Trabalho). Essa é a primeira providência caso
o trabalhador queira receber o auxílio-doença, pago pelo governo
federal.
No mesmo momento em que faz esse registro,
o INSS abre um processo para verificar se houve um acidente
de trabalho que vá gerar o benefício. O trabalhador deve passar
por uma perícia médica para comprovar sua situação. O auxílio
só será pago depois de ficar caracterizado o acidente de trabalho.
O pagamento do período inicial de 15 dias
em que o trabalhador empregado fica longe de suas atividades
profissionais é de responsabilidade da empresa empregadora.
A empresa também deverá preencher e encaminhar a CAT ao INSS
após os 15 dias de afastamento do funcionário.
O pagamento do benefício normalmente pode
demorar até 5 dias. Se a empresa se recusar a assinar a CAT,
o trabalhador terá que esperar um pouco mais e, em alguns casos,
terá de procurar os sindicatos ou até entrar com processo contra
a empresa.
O valor corresponde a apenas 50% do salário
de benefício que deu origem ao auxílio-doença corrigido até
o mês anterior ao do início do auxílio-acidente.
O que é auxílio-acidente
O auxílio-acidente é um direito do funcionário incapacitado
provisoriamente, devido a acidente de trabalho ou doença
ocupacional.Têm direito ao auxílio-acidente o empregado com
carteira assinada, o trabalhador avulso (aqueles que prestam
serviços a diversas empresas sem vínculo empregatício, contratados
por sindicatos ou órgãos gestores de mão-de-obra, como cooperativas)
e o segurado especial da Previdência (trabalhador rural que
produz em regime de economia familiar).
Atenção: há um grupo de trabalhadores
que, mesmo contribuindo para o INSS, não estão cobertos nesse
tipo de situação. São eles os empregados domésticos e contribuintes
individuais (caso dos profissionais autônomos) e facultativos
(pessoas que não possuem renda e contribuem esporadicamente).
O trabalhador acidentado poderá receber
o benefício até obter alta (passando por perícias médicas periódicas).
Se for o caso, poderá ser aposentado por invalidez.
O que é acidente de trabalho?
Define-se como acidente do trabalho aquele que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício
do trabalho dos segurados especiais (trabalhador rural que
produz em regime de economia familiar), provocando lesão
corporal ou incapacidade funcional permanente ou temporária,
que cause a morte, a perda ou a redução da capacidade para
o trabalho:
- doenças profissionais causadas pelo
exercício da função (problemas de coluna, audição, visão, entre
outras);
- doenças profissionais causadas pelas
condições de trabalho (dermatoses, problemas de respiração,
entre outras);
- doenças profissionais causadas por acidentes
que ocorrem fora do local de trabalho, a serviço da empresa
e no trajeto de casa para o trabalho ou vice-versa. (Ministério
da Previdência Social)
Fonte: Diap