Jornada de trabalho: debate está apenas começando no Congresso
Aprovada pela comissão especial da
Jornada Máxima de Trabalho, da Câmara dos Deputados, a PEC
231/95, que prevê a redução da jornada de trabalho de 44
para 40 horas semanais ainda precisa será apreciada em dois
turnos pelo plenário da Câmara.
A proposta foi aprovada na comissão
especial, onde estava em discussão há exatos 14 anos.
Serão necessários dois terços dos
votos (308) para ser aprovada. O mesmo procedimento será
exigido no Senado, cujo quorum para aprovação é de 47 votos.
Se, após todo o trâmite, ela for aprovada
de fato, representará a criação de 2,2 milhões de empregos,
segundo estimativa da UGT (União Geral dos Trabalhadores).
"Esta é a terceira vez,
em cem anos, que a jornada de trabalho no Brasil é reduzida.
A primeira foi em 1943, depois em 1988 e, agora, em 2009", disse Patah.
"Ela também é uma vitória
da UGT, que há dois anos vem pregando a redução da jornada
de trabalho e a inclusão social", afirmou o presidente da UGT, Ricardo Patah.
Ele enfatizou ainda os benefícios
da medida no que se refere à qualidade de vida dos trabalhadores.
Obstáculo ao emprego?
A CNI (Confederação Nacional da Indústria), por outro lado,
tem uma opinião contrária com relação ao tema.
Para a entidade, como a proposta não
prevê o correspondente ajuste nos salários e aumenta o adicional
da hora extra de 50% para 75% sobre o valor da hora trabalhada,
não haverá estímulo à criação de empregos.
O resultado seria a elevação dos custos
de produção nas empresas, o que, por sua vez, representaria
um obstáculo às contratações.
Segundo a CNI, a criação de emprego
depende de fatores diversos, principalmente de investimentos
na produção, de aumento do consumo, de crescimento sustentado
e da educação de qualidade.
Leis não teriam o poder de criar postos
de trabalho.
A entidade diz ainda que a Constituição
Federal estabelece o limite máximo da jornada em 44 horas
semanais e assegura acordos ou convenções coletivas que fixam
expedientes menores.
Portanto, empregadores e empregados
têm liberdade para ajustar a duração do trabalho às suas
reais possibilidades, de forma que o caminho seria a livre
negociação. (Com InfoMoney)
Fonte: Diap
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