A
redução da jornada e as tarefas dos trabalhadores
Agora é preciso convencer parcela expressiva da sociedade brasileira sobre a
justeza dessa mudança na Constituição. Depois, será preciso
convencer a parcela mais progressista do empresariado nacional
e, por fim, mas não menos importante, o Congresso Nacional
Depois de quase uma geração, finalmente
foi possível aprovar na comissão especial da Câmara a PEC 231/95,
que reduz a jornada de trabalho das atuais 44 horas para 40
horas semanais, sem redução de salário.
O dia 30 de junho deve ser lembrado como
data histórica daqui para frente, pois, para chegar até ali,
os trabalhadores e suas entidades tiveram que lutar muito.
Lembro dois fatos recentes e significativos
nesse período - a grande campanha de mais de um milhão de assinaturas
pela aprovação da PEC e, também, o importante e profundo debate
feito em 2008 no plenário da Câmara (comissão geral) que tratou
da redução da jornada.
Mas, como foi dito pelo relator da proposta,
deputado Vicentinho (PT/SP), a aprovação na comissão especial
foi apenas o "primeiro passo". Muitos passos ainda terão de ser dados para a materialização dessa proposta
do movimento sindical.
Para isso, é preciso convencer parcela
expressiva da sociedade brasileira sobre a justeza dessa mudança
importante na Constituição Federal.
Depois, será preciso convencer a parcela
mais progressista do empresariado nacional e, por fim, mas
não menos importante, o Congresso Nacional.
Representantes dos trabalhadores
Outra tarefa prioritária do movimento sindical deve ser eleger
seus representantes para o Congresso em 2010, pois, do contrário
teremos mais dificuldades de êxito para viabilizar a agenda
dos trabalhadores na "Casa
do Povo".
Nesta legislatura, os empresários colocaram
219 representantes na Câmara e 27 no Senado. Esses números
são do início das atividades do Congresso (2007). Certamente
esses números aumentaram de lá para cá.
Ao mesmo tempo que a bancada empresarial
aumentou exponencialmente nesta legislatura, a bancada sindical
ou dos trabalhadores diminuiu e perdeu parlamentares de peso
como Sérgio Miranda (MG) e Jandira Feghali (RJ), por exemplo.
Para enfrentar à altura essas e outras
demandas, o movimento sindical precisa aumentar sua representação
no Congresso.
Assim, numa conjuntura econômica melhor
e com uma correlação de forças mais equilibrada poderemos fazer
avançar a agenda dos trabalhadores no Parlamento.
Tarefas dos trabalhadores
Para cumprir o estágio sugerido acima não será fácil. É preciso
organização, profissionalismo, recursos financeiros e, sobretudo,
unidade do movimento sindical - das centrais ao mais remoto
sindicato no País, passando pelas confederações e federações.
Tem que ter organização, pois, sem essa
ferramenta que serve à política, não teremos condições de vencer
os obstáculos desta batalha que se coloca para o movimento
sindical.
É preciso recursos financeiros, porque,
sem eles, não teremos condições de organizar as lutas que certamente
ainda temos pela frente.
E aproveito para dizer que não é à toa
que o DEM quer tirar recursos das centrais, com a Adin que
questiona o repassa da contribuição sindical às essas entidades
gerais.
Sem recursos financeiros, as entidades
não terão fôlego para empreender essa e outras batalhas.
Os patrões sabem muito bem disso!
E, ainda, é preciso unidade política,
porque assim somos mais fortes e seremos mais capazes de enfrentar
o inimigo que moverá muitos recursos - de toda ordem - para
barrar qualquer possibilidade de aprovação da proposta no Congresso.
Fonte: Diap
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