Senado
libera FGTS a aposentado que volta a trabalhar
Projeto, que ainda vai à Câmara, autoriza movimentação de recursos
mesmo que profissional não permaneça no mesmo emprego
O aposentado pelo INSS que voltar a trabalhar poderá movimentar
os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), segundo
projeto aprovado ontem no Senado.
Atualmente, os aposentados já podem sacar
mensalmente os recursos do FGTS desde que permaneçam no mesmo
emprego após a aposentadoria.
Pela proposta, porém, esses trabalhadores
perdem o direito à movimentação mensal. Segundo o texto aprovado,
os saques ao fundo pelos aposentados só poderão ser feitos
a cada 12 meses ou quando o contrato de trabalho for rescindido.
O projeto também reduz de 70 para 65 anos a idade mínima para movimentar a conta
vinculada ao fundo.
A proposta foi aprovada em dois turnos, em caráter definitivo, na CAS (Comissão
de Assuntos Sociais) do Senado e segue agora para a Câmara.
Depois vai à sanção presidencial.
Propostas
Na proposta original, do senador Neuto
de Conto (PMDB-SC), as movimentações do FGTS poderiam ser mensais.
Mas o relator do texto na comissão, Eduardo
Azeredo (PSDB-MG), disse que a retirada mensal dos valores
depositados transforma o FGTS "tão somente em ponto de passagem dos recursos, com despesas operacionais e financeiras".
Em 2007, o STF (Supremo Tribunal Federal)
garantiu o direito de saque mensal do fundo aos trabalhadores
que se aposentavam e continuavam no mesmo emprego, o que provocou
aumento expressivo nas retiradas, segundo avaliação da Caixa
Econômica Federal.
Para a área técnica do banco (responsável
pela gestão do FGTS), ainda não é possível mensurar o impacto
do projeto do Senado para o fundo. A intenção é fazer uma avaliação
mais apurada da proposta na tramitação na Câmara.
A Caixa, no entanto, deu parecer favorável
à proposta que permite a ampliação do saque para aposentados
que permanecem em atividade, mas em outra empresa.
No parecer, havia até a sugestão para
que os saques fossem anuais e não mensais, o que foi acatado
por Azeredo, em seu texto.
Fonte: Folha de S.Paulo |