Governo
faz acordo para manter fator previdenciário
A solução é a fórmula chamada 85/95
e significa que, para as mulheres, a aposentadoria será concedida
com 30 anos de contribuição e 55 anos de idade. Para os homens,
serão exigidos 35 anos de contribuição e 60 anos de idade.
Projeto poderá ser aprovado na comissão em abril
O ministro da Previdência, José Pimentel,
confirma que o Governo concorda com a fórmula intermediária
proposta pelo deputado Pepe Vargas (PT/RS), na Câmara, para
que não seja obrigado a vetar o projeto (PL 3.299/08) que
acaba com o fator previdenciário, já aprovado pelo Senado
(PLS 296/03).
A solução é a fórmula chamada 85/95 e significa
que, para as mulheres, a aposentadoria será concedida com
30 anos de contribuição e 55 anos de idade. Para os homens,
serão exigidos 35 anos de contribuição e 60 anos de idade.
O fator previdenciário - criado para desestimular
aposentadorias precoces - continuaria a valer para quem quer
se aposentar antes e receber menos que o benefício integral.
Segundo Pimentel, a proposta defendida pelo
deputado Vargas é "perfeitamente absorvível" até
2015, mas ainda estão sendo feitos os cálculos do efeito fiscal
da mudança.
Audiências públicas
Nesta quinta-feira (26), será realizada audiência pública
na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara para debater
com representantes de entidades empresariais as mudanças nas
regras da aposentadoria aprovadas no Senado por iniciativa
de Paulo Paim (PT/RS).
Depois, será a vez das centrais sindicais
darem sua visão, em 31 de março. Em 2 de abril, os deputados
irão ouvir os técnicos e acadêmicos e Pimentel será o convidado
em 7 de abril novamente.
Críticas de Pimentel
O ministro da Previdência não poupa críticas ao projeto de
Paim que foi aprovado por unanimidade no Senado. Na sua visão,
a proposição incompatível com qualquer sistema previdenciário
do mundo e terá de ser vetado se passar também pela Câmara.
No conteúdo, Pimentel qualifica a proposta
de Paim como "inaceitável" porque vai exigir mais
carga tributária da sociedade para financiar o subsídio às
aposentadorias que estaria sendo ampliado.
Cálculos dos benefícios e idade
Dois pontos do projeto de Paim são especialmente criticados
por Pimentel. O primeiro é a média curta para o cálculo do
benefício. Isso significa que uma pessoa poderia se aposentar
com o teto (R$ 3.218,90) contribuindo apenas nos últimos três
anos com valores proporcionais a esse benefício.
O fato de o projeto de Paim permitir que
mulheres se aposentem com 46 anos e homens aos 51 anos é o
segundo. Segundo a Previdência, o IBGE calcula que a expectativa
de vida dos brasileiros é de 72 anos para os homens e 77 anos
para as mulheres.
Pimentel também revelou que, em plena crise
econômica e com o aumento do desemprego, o Governo está ainda
mais preocupado com os impactos da decisão do Supremo Tribunal
Federal, em 2007, que permitiu aos aposentados continuarem
em seus empregos.
STF: impacto da decisão
Levantamento da Previdência com as 300 maiores empregadoras
mostra que isso significou, de 2007 até dezembro de 2008,
76.225 vagas que não foram abertas no mercado de trabalho.
Entre as 12 maiores empregadoras estão os
Correios - a que mais manteve aposentados, com 7.236 profissionais
- Caixa Econômica Federal (3.514), Banco do Brasil (2.458),
Serpro (1.887), Sabesp (1.538), Itaú (1.366), Petrobras (1.334),
Furnas (1.067), Chesf (830), Cia. Municipal de Limpeza Urbana
de São Paulo (812), Mercedes Benz (791) e Volkswagen (720).
Tramitação
O projeto poderá ser aprovado na Comissão de Finanças e Tributação
até o final de abril. O relator deverá apresentar seu parecer
na segunda semana do próximo mês.
Em seguida, será examinado pela Comissão
de Constituição e Justiça, antes de ser votado no plenário.
O texto já foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social
e Família.
(Com Valor Econômico)
Fonte: Diap
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