Previdência
complementar: projeto é aprovado na Seguridade Social
A Comissão de Seguridade Social e Família
aprovou, nesta quarta-feira (20), o Projeto de Lei 3.962/08,
do Executivo, que recria a Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (Previc).
Autarquia de natureza especial vinculada
ao Ministério da Previdência, a Previc terá autonomia administrativa
e financeira e será responsável por fiscalizar e supervisionar
as atividades das entidades fechadas de previdência complementar,
os fundos de pensão.
Na opinião do relator, deputado Chico
D'Angelo (PT/RJ), diante da importância da previdência complementar, "é essencial que o setor disponha de um ente regulador, dotado de imparcialidade
e neutralidade, para proteger o interesse dos participantes
e assistidos, bem como o interesse público".
O deputado lembra que, atualmente, a poupança
acumulada nos fundos corresponde a 17% do Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro, com recursos da ordem de R$ 400 bilhões em
dezembro de 2008.
"E o patrimônio dessas instituições
será ampliado expressivamente a partir da instituição efetiva
da previdência complementar do servidor público, cuja proposta
de regulamentação encontra-se em tramitação nesta Casa", acrescenta.
Atribuições
Além de fiscalizar os fundos de pensão, caberá também ao novo
órgão autorizar a constituição e o funcionamento desses fundos,
assim como operações de reorganização societária. A Previc
poderá ainda decretar intervenção e liquidação extrajudicial
dos fundos e nomear interventor ou liquidante.
Como forma de garantir o financiamento
da nova instituição, o projeto cria a Taxa de Fiscalização
e Controle da Previdência Complementar (Tafic) pelo exercício
do poder de polícia atribuído à Previc para fiscalizar atividades
dos fundos de pensão.
Pela proposta original, a Tafic deve ser
paga trimestralmente com valor variável entre R$ 15 e R$ 2,225
milhões, conforme os recursos garantidores por plano de benefícios.
No entanto, o relator apresentou emenda alterando a periodicidade
da contribuição para quadrimestral, a ser paga até o dia 10
dos meses de janeiro, maio e setembro de cada ano.
Gestão
A Previc será gerida, conforme o texto do Executivo, por uma
diretoria colegiada, composta por um diretor-superintendente
e quatro diretores, indicados pelo ministro da Previdência
Social e nomeados pelo presidente da República. Chico D'Ângelo
apresentou emenda para que os diretores sejam aprovados pelo
Senado e tenham mandato limitado a cinco anos.
O relator propõe ainda a substituição
gradativa dos integrantes da diretoria, na proporção de um
quinto a cada ano. "Essa medida conferirá ao órgão executor da política de previdência complementar
maior comprometimento técnico e a continuidade administrativa
dos atos sob sua competência", argumenta D'Ângelo.
Quadro funcional
A proposta redistribui os servidores efetivos da Secretaria
de Previdência Complementar do Ministério da Previdência,
atualmente responsável pelos fundos de pensão, para a Previc.
Pelo texto do Executivo, seriam transferidos
funcionários em exercício até dezembro de 2007. Devido ao tempo
de tramitação do projeto, o relator propõe mudar a data para
31 de março de 2008.
O quadro funcional contará ainda com novos
servidores, a serem contratados por concurso público. Serão
criados 100 cargos de especialista em previdência complementar,
50 de analista administrativo e 50 de técnico administrativo.
Emendas
A proposta também recebeu outras nove emendas, todas de autoria
do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP). O relator acatou
apenas duas. Uma delas determina que as decisões e os votos
da Câmara de Recursos da Previdência Complementar sejam publicados
no Diário Oficial da União.
A câmara é a instância recursal e de julgamento
das decisões da Previc e o seu pronunciamento encerra a instância
administrativa dos recursos, segundo o projeto. Já a outra
emenda aprovada exige que a Câmara de Recursos seja presidida
por servidor efetivo do Ministério da Previdência ou de entidade
a ele vinculada.
O projeto, que tramita em regime de prioridade
e em caráter conclusivo, ainda será analisado pelas comissões
de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças
e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
fonte: Agência
Câmara
|