Fator previdenciário: Planalto apóia
projeto de Pepe Vargas (PT/RS)
Após um ano de impasse, o Planalto resolveu
bater o martelo sobre as mudanças no cálculo das futuras
aposentadorias. Ao propor um meio-termo para o fim do fator
previdenciário, o relatório do deputado Pepe Vargas (PT/RS)
recebeu o aval do Ministério da Previdência.
A proposta deve ser apresentada à Comissão
de Finanças e Tributação da Câmara no dia 15 de abril
A alternativa de Pepe - a chamada fórmula
85/95 - mantém o requisito de tempo de contribuição à Previdência
de 30 anos para mulheres e 35 anos para homens.
O projeto inova ao levar em consideração
a soma da idade com que o trabalhador quer se aposentar
e os anos de contribuição para que receba o benefício integral.
O fator previdenciário - cálculo hoje em
vigor que considera tempo de contribuição, idade, expectativa
de vida no país e alíquota de contribuição - continuaria
a valer para quem quer se aposentar mais cedo e abrir mão
do repasse total.
A proposta de Pepe não está fechada.
Ministério faz cálculos
Além das audiências públicas, que começaram nesta semana,
o Ministério da Previdência ainda calcula o efeito fiscal
da mudança.
"Até 2015 o cenário é de estabilidade.
Dessa data em diante, a necessidade de financiamento aumenta
dos atuais 1,25% do PIB para 2%", disse Pepe.
Ele se refere à parcela do Cofins e da
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) que precisa
ser encaminhada para complementar os valores da receita
previdenciária. O ministro da Previdência, José Pimentel,
concorda com as mudanças, mas ainda espera o levantamento
realizado pelos técnicos sobre o custo final.
Sem apoio das centrais e da Cobap
O projeto do deputado não tem apoio das centrais sindicais
e da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas
(Cobap). Entidades ligadas aos trabalhadores alertam que
a perda para o contribuinte com a aplicação do fator previdenciário
chegariam a 40% do valor do benefício.
O diretor da Cobap Antonio Santo Grass
avisa que os aposentados irão às ruas em defesa de uma iniciativa
distinta, do senador Paulo Paim (PT/RS), que simplesmente
extingue o fator previdenciário.
"Não vamos abrir mão. Garantir o benefício
para o aposentado é bom para o país, faz a economia girar",
argumenta Grass.
O ministro da Previdência, José Pimentel,
alega que a extinção do fator é inaceitável porque provocaria
aumento da carga tributária para assegurar a ampliação dos
pagamentos. Paulo Paim tem dedicado os últimos meses a uma
via crucis pela Esplanada.
Já se reuniu com o ministro José Pimentel,
com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson
Machado, e apresentou seus argumentos até mesmo à ministra-chefe
da Casa Civil, Dilma Rousseff.
O objetivo é convencer o Governo da viabilidade
do projeto. Em entrevista ao jornal Zero Hora, o senador
disse que vê o projeto de Pepe Vargas "com carinho".
"Temos de olhar com carinho. O Pepe
vai ouvir a sociedade, mas defendo o meu projeto. Se houver
mudanças na Câmara, volta para o Senado e aqui não tem problema",
disse.
Sobre o argumento do governo de que a proposta
tem alto custo, Paulo Paim disse que é uma afirmação sem
base.
"Eles sabem que não tem alto custo.
No primeiro momento, quando aprovamos aqui no Senado, foi
um terror. Agora todos concordam que tem de mudar",
disse.
(Fonte: blog O outro lado da notícia, com
jornal Zero Hora)
Fonte: Diap