Plenário pode votar projetos de interesse das mulheres
Pauta inclui três propostas sobre direitos
da mulher, como a que garante estabilidade no emprego à
mãe adotiva. Antes de analisá-las, deputados têm de votar
duas MPs, incluindo a que perdoa dívidas com a União.
Na Semana Internacional da Mulher, o Plenário
pode votar propostas sobre direitos da mulher, como o Projeto
de Lei Complementar 59/99, da ex-deputada Nair Xavier Lobo,
que estende à mãe adotiva os direitos da genitora falecida
nos meses seguintes ao parto, entre eles o salário maternidade
e a estabilidade no emprego.
Além desse, também está pautado o Projeto
de Lei 810/95, da deputada Rita Camata (PMDB-ES), que proíbe
a venda de bebidas alcoólicas a embriagados ou a pessoas que
sabidamente tenham problemas mentais. A proposta determina
ainda aos fabricantes dessas bebidas a colocação de aviso
na embalagem destinado a alertar as mulheres grávidas sobre
os efeitos nocivos do álcool, especialmente ao feto.
Um terceiro projeto voltado às mulheres é
o PL 1626/89, da ex-deputada Benedita da Silva, que regulamenta
os direitos trabalhistas da empregada doméstica. Os deputados
têm de analisar o substitutivo do Senado que garante, entre
outros, o direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS).
Trancamento
Todas essas matérias já contam com pareceres favoráveis das
comissões permanentes, mas elas somente poderão ser votadas
depois de o Plenário liberar a pauta, trancada por duas medidas
provisórias.
A primeira delas é a MP 449/08, sobre a qual
ainda não há acordo para a votação do texto do relator, deputado
Tadeu Filippelli (PMDB-DF). A medida perdoa as dívidas de
contribuintes com a União de valor igual ou inferior a R$
10 mil e faz muitas mudanças na legislação tributária.
O principal ponto de discordância é quanto
às regras de parcelamento de dívidas, cujo prazo de pagamento
foi aumentado pelo relator de cinco para 20 anos. O governo
já anunciou que, se não houver mudanças, vetará o benefício.
Filippelli também concedeu, em seu relatório
ainda não lido em plenário, descontos de multas e juros para
os parcelamentos em todas as opções de prazo. A redação original
não dá descontos para parcelamentos em 60 meses.
Usinas hidrelétricas
A segunda medida provisória que tranca os trabalhos é a MP
450/08. Ela autoriza a União a participar do Fundo de Garantia
a Empreendimentos de Energia Elétrica (FGEE). O fundo deve
ser administrado por banco federal e servirá para prestar
garantias no financiamento da construção de usinas hidrelétricas
constantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
As usinas de Jirau e de Santo Antônio, no rio Madeira (RO),
devem ser os primeiros empreendimentos beneficiados.
A partir de quinta-feira (12), também a MP
451/08 ganha prioridade sobre as demais matérias. Ela cria
duas novas alíquotas na tabela do Imposto de Renda da Pessoa
Física (IRPF), concede subvenção econômica a empresas de pesca
de Santa Catarina e muda as regras do seguro obrigatório de
veículos (DPVAT).
Cadastro positivo
Constam ainda da pauta o Projeto de Lei 836/03, do deputado
Bernardo Ariston (PMDB-RJ), que institui o cadastro positivo
de consumidores; e o PL 2740/00, do Senado, que torna obrigatória
a realização de cirurgias plásticas pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) em portadores de defeitos físicos congênitos ou
adquiridos que causem sofrimento moral relevante.
Um acordo de lideranças deixou para março
a votação do substitutivo do deputado Maurício Rands (PT-PE)
ao PL 836/03, aprovado em 2007 pela Comissão de Constituição
e Justiça e de Cidadania, mas até o momento os líderes não
chegaram a um consenso sobre o texto. Há temores de que as
empresas de banco de dados divulguem dados que seriam protegidos
pelo sigilo financeiro.
A ideia do projeto é melhorar a análise de
risco feita pelos bancos nos pedidos de empréstimo. Assim
como a instituição consulta se há dívidas, ela poderia consultar
os dados positivos do bom pagador, o que, teoricamente, reduziria
o spread bancário na transação.
Fonte: Agência Câmara
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