Deputados
aprovam novo piso salarial do Paraná, o maior do País
A Assembleia Legislativa aprovou nesta segunda-feira (30),
por unanimidade e em primeira discussão, projeto de lei enviado
pelo governador Roberto Requião que reajusta em 14,9% o piso
salarial regional do Paraná. O aumento nas seis faixas salariais
— que variam de R$ 605,52 a R$ 629,65 — beneficia diretamente
174 mil empregados domésticos, no comércio e em atividades
rurais, entre outras categorias, e deve injetar R$ 754 milhões
anuais na economia paranaense. O projeto volta à pauta da
Assembleia nesta terça-feira (31), para ser aprovado em segunda
discussão e em redação final, e depois segue para a sanção
do governador.
“O piso salarial regional é um importante
instrumento de distribuição de renda. Desde que foi implantado,
em 2006, injetou em média R$ 500 milhões por ano na economia
do Paraná. Isso é fundamental principalmente agora, em tempos
de crise, para que se mantenha, principalmente nos pequenos
municípios, o poder de compra dos trabalhadores”, disse o
líder do Governo, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB).
O mínimo regional do Paraná continua o maior
do País. É 12,5%, em média, mais alto que o dos três estados
que também adotam a medida — São Paulo, Rio de Janeiro e Rio
Grande do Sul. Além disso, vale de 30,2% a 35,4% mais que
o salário mínimo, R$ 465.
“O piso regional e a política fiscal do Governo
do Paraná impulsionaram a economia e sustentam o consumo de
alimentos e de outros bens, como roupas, calçados e produtos
de limpeza e de higiene pessoal, além de amortecer o impacto
da crise tanto na produção como no emprego. O salário mínimo
regional deu poder de compra para mais de um milhão de trabalhadores.
Com mais dinheiro circulando, a economia se mantém fortalecida”,
argumentou o líder do governo.
IMPACTO – Segundo o Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), além dos
174 mil trabalhadores de categorias não organizadas beneficiadas
diretamente pelo reajuste, outros 284 mil trabalhadores formais
também terão aumentos, já que recebem entre 1,3 e 1,6 do piso
regional. “Os trabalhadores organizados em sindicatos terão
no piso um importante instrumento para negociação dos seus
salários nos dissídios coletivos. Essa projeção não conta
ainda os trabalhadores informais. No total, o reajuste pode
atender 468 mil trabalhadores formais”, disse o economista
Sandro Silva.
O Dieese também mediu o potencial de impacto
na renda dos trabalhadores e na economia do Estado. Aos 174
mil trabalhadores atendidos diretamente, o reajuste representa
R$ 282,4 milhões. Para os trabalhadores organizados em sindicatos
cujos salários são indexados ao piso regional, a medida trará
mais R$ 472 milhões por ano. “Somado, isso representa um potencial
de impacto de R$ 754,4 milhões na economia do Paraná”, explicou
Silva.
Para o governador Roberto Requião, o reajuste
do salário regional contribui para a diminuição das desigualdades
sociais, melhora a distribuição de renda e o acesso da população
a bens de consumo essenciais. “Uma renda mais equalitária
fortalece o mercado consumidor e estimula o aumento da produção
real do Paraná, além de reduzir os efeitos da grave crise
econômica internacional em nosso Estado”, disse.
O piso também leva em conta, segundo o governador,
o incremento da remuneração de admissão dos trabalhadores
assalariados praticada no mercado de trabalho e a evolução
da atividade econômica paranaense em 2008. “Pode-se considerar
que um reajuste de 14,9% nos vários pisos salariais regionais
vigentes no estado nos tornam atualizados em 2009, se comparados
com o próprio mercado de trabalho, assim como alinhados ao
ritmo de crescimento apresentado pela economia do Paraná”,
falou Requião.
(BOX)
As seis faixas salariais do Piso Regional do Paraná
Piso 1: R$ 629,65 - técnicos de nível médio
(Grande Grupo 3 da Classificação Brasileira de Ocupações).
Piso 2: R$ 625,06 - trabalhadores da produção
de bens e serviços industriais (Grandes Grupos Ocupacionais
7 e 8 da CBO).
Piso 3: R$ 620,46 - trabalhadores de serviços
administrativos (Grande Grupo Ocupacional 4 da CBO).
Piso 4: R$ 614,72 - trabalhadores de reparação
e manutenção (Grande Grupo Ocupacional 9 da CBO).
Piso 5: R$ 610,12 - trabalhadores empregados
em serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados (Grande
Grupo Ocupacional 5 da CBO).
Piso 6: R$ 605,52 - trabalhadores empregados
nas atividades agropecuárias, florestais e da pesca (Grande
Grupo Ocupacional 6 da CBO).
fonte:eanoticias
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