Erro
faz Copel cobrar 200% a mais
Estatal deve explicar problema na emissão de 25 mil faturas até
o fim desta semana
Recentemente,
milhares de moradores de Curitiba se assustaram ao perceber
que o valor das suas contas de energia elétrica indicavam um
consumo até 200% acima da média no mês de abril. O problema
atingiu cerca de 25 mil residências, concentradas principalmente
nos bairros de Santa Felicidade, Portão, Bacacheri e regiões
adjacentes.
A diferença nos valores teria sido ocasionada
pelo erro de leitura de uma empresa que prestava serviços terceirizados
para a Copel. De acordo com a estatal, a Oseika e Costa Ltda.,
contratada sob licitação para fazer a medição do consumo, teria
abandonado o serviço, criando uma inconsistência na leitura
das faturas emitidas no mês passado.
Segundo a Copel, o número de unidades consumidoras afetadas corresponde a menos
de 4% do total em Curitiba. A empresa também informa que 17.740
clientes com contas incorretas foram notificados, tiveram as
faturas canceladas e receberão uma nova conta com valores corretos
nos próximos dias.
Na última semana, o presidente da comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia
Legislativa, deputado Reni Pereira (PSB), chegou a apresentar
um requerimento solicitando explicações da Copel sobre os erros.
O deputado, no entanto, retirou o pedido logo em seguida, após
compromisso do líder do governo, deputado Luiz Cláudio Romanelli
(PMDB), de que as informações sobre o fato serão apresentadas
pela empresa até o fim desta semana.
Pereira aguarda as informações para ver
se é possível aplicar o dispositivo previsto no Código de Defesa
do Consumidor (CDC), que dá ao cliente cobrado em quantia indevida
o direito de receber a diferença em dobro, acrescido de juros
e correção monetária. “Independentemente da origem do problema
ser de uma empresa terceirizada, a relação de consumo é entre
o usuário e a Copel, devendo esta ser responsável pelos eventuais
prejuízos causados aos consumidores”, avalia o deputado.
O próprio CDC, no entanto, faz uma ressalva
para as hipóteses em que o engano é justificável. Na interpretação
do advogado especialista em Direito Civil do Escritório Augusto
Prolik, Paulo Narezi, o erro da Copel é enquadrável neste critério.
“O pagamento em dobro é aplicável quando fica caracterizada
a má-fé. Neste caso, fica difícil de comprovar que a cobrança
indevida foi feita intencionalmente pela Copel”, diz.
A Copel informa que quase 10 mil consumidores
pagaram as faturas incorretas antes da substituição. A assessoria
de imprensa da empresa diz que está avaliando esses casos,
em que o cliente poderá optar entre receber a diferença em
dinheiro – em espécie ou depósito em conta – ou converter o
valor em créditos para as próximas faturas.
Orientação
O cliente que tiver dúvida sobre a validade
de sua conta deve comparar a quantidade de energia consumida
nos meses anteriores – que consta no histórico de consumo da
fatura – com o consumo de abril. Se o valor estiver muito acima
do normal, a orientação é ligar para o serviço de atendimento
da Copel no número 0800-51-00-116.
Fonte Gazeta do Povo
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