Câmara
vota criação de vale-cultura para trabalhador
Projeto que cria bônus de R$ 50 para trabalhador
comprar livros e ingressos para cinema, teatros e museus é
o primeiro item a ser votado pelos deputados. No Senado, prioridade
é votação de MPs anticrise
Duas propostas de iniciativa do governo
têm prioridade no plenário da Câmara e do Senado nesta semana.
Só após analisar esses itens, deputados e senadores poderão
examinar outras proposições. O primeiro item a ser votado pelos
deputados é o projeto de lei que cria o chamado vale-cultura
(PL 5798/09).
A proposta institui o Programa de Cultura
do Trabalhador, pelo qual o trabalhador passará a ter direito
a um vale mensal de R$ 50 para usar na compra de livros e ingressos
para cinemas, teatros e museus.
O benefício será optativo, segundo o projeto do governo.
Terão direito ao vale-cultura, preferencialmente, os empregados
que ganham até cinco salários mínimos. Eles terão descontados
de seus salários até 10% do valor do vale nas empresas que
aderirem ao programa. De acordo com o Ministério da Cultura,
a iniciativa poderá injetar até R$ 7,2 bilhões por ano no
mercado cultural no país.
Educação e combate à fome
Depois de votar o vale-cultura, os deputados devem analisar
outra proposta do Executivo que também tranca a pauta da
Câmara. Trata-se do PL 5395/09, que tramita em conjunto com
o PL 3971/08, da deputada Angela Amin (PP-SC), em regime
de urgência.
Os dois projetos foram apensados, pois têm conteúdo semelhante.
Ambos exigem formação mínima para professores. A diferença
é que a proposta da deputada exige formação superior para os
profissionais da educação que atuam na educação infantil (creche
e pré-escola). Já o projeto do governo torna obrigatório o
diploma universitário apenas para os professores do ensino
fundamental.
Se conseguirem se reunir em sessões extraordinárias, os deputados
poderão votar o primeiro turno da PEC 47/03, que inclui a alimentação
na lista dos direitos sociais estabelecidos pela Constituição.
De autoria do senador Antonio Carlos Valadares
(PSB-SE), a proposta tramita no Congresso desde 2003 e transforma
as ações de combate à fome e à miséria em políticas de Estado.
Caso a emenda constitucional seja promulgada, programas dessas
áreas não poderão mais ser prejudicados por trocas de governo,
diferentemente do que costuma ocorrer atualmente.
Outra PEC que aguarda o entendimento entre
os deputados para ser votada é a que efetiva cerca de 5 mil
titulares de cartório sem concurso público. A PEC 471/05 estava
na pauta da semana passada, mas acabou tendo sua análise adiada
por falta de acordo entre os líderes partidários.
MPs anticrise
Assinadas pelo presidente Lula ainda em junho deste ano, a
MP 464/09 e a MP 465/09 também trancam a pauta do plenário
do Senado. A primeira autoriza a criação de fundos para garantir
créditos de micro, pequenas e médias empresas e autônomos
que queiram comprar máquinas para tocar o próprio negócio.
O mecanismo foi adotado para compensar as perdas de pequenos
e microempresários que tiveram dificuldade para tomar empréstimos
durante a última crise financeira.
A segunda medida provisória autoriza a
União a conceder subvenção ao Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) para financiar, até o final deste
ano, a produção e a compra de bens de capital e a inovação
tecnológica das empresas.
De acordo com a MP, a União pagará parte
dos juros cobrados pelo BNDES. O socorro financeiro, nesse
caso, é calculado sobre a diferença entre o custo do dinheiro
captado pelo banco e o juro cobrado da empresa, acrescido de
uma taxa de remuneração do BNDES.
Fonte: Congresso em Foco
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