Maioria da bancada paranaense votará pelo salário de R$ 545
No que depender da bancada paranaense, o governo Dilma Rousseff (PT) não terá problemas na votação do reajuste do salário mínimo na Câmara dos Deputados. Dentre os 30 parlamentares do estado, 17 declaram que vão apoiar a proposta do aumento para R$ 545 defendida pela presidente. Dez dizem que vão tentar aprovar um valor maior e três ainda não se definiram – esperam por decisões finais de seus partidos.
Todos os representantes do Paraná foram ouvidos pela Gazeta do Povo entre segunda-feira e ontem. Apenas Edmar Arruda, do governista PSC, afirmou que se decidiu sem seguir o posicionamento da legenda. Ele informou que vai votar pelo aumento de R$ 560 proposto pelo DEM.
“Vou votar com o governo naquilo com o que eu me identifico. Nesse caso, o voto é individual. Aliás, o próprio governo sempre defendeu um salário mínimo com ganho real para o trabalhador”, justificou Arruda, que acaba de assumir o primeiro mandato.
Mesmo integrando a base aliada, o PSC não havia fechado questão sobre a votação até ontem à noite. A tendência natural era de que a sigla apoiasse a proposta de R$ 545. Entre os outros três paranaenses da legenda, Hidekazu Takayama e Nelson Padovani disseram que estão com o governo, enquanto Ratinho Júnior ainda não se definiu – os outros dois indecisos do estado são Fernando Giacobo (PR) e Leopoldo Meyer (PSB).
Principal foco de tensão para o governo no plano nacional, o PMDB não promete surpresas no Paraná. O partido tem seis deputados no estado e todos declararam estar comprometidos com a decisão da cúpula nacional, com aval do vice-presidente Michel Temer, de apoiar os R$ 545. “O problema de um aumento maior é o comprometimento das contas da Previdência. Temos que ser responsáveis”, disse o peemedebista João Arruda.
Já Hermes Parcianello e Moacir Micheletto disseram que ficariam do lado da bancada independentemente do valor estipulado. “Se for costurado algo acima dos R$ 545 eu apoio também. Mas vou votar com o que o partido decidir”, afirmou Parcianello.
Não há surpresa também entre os paranaenses da oposição. Os três deputados do PSDB (Alfredo Kaefer, Fernando Francischini e Luiz Nishimori) e os dois do PPS (Rubens Bueno e Sandro Alex) defendem a proposta de R$ 600, bandeira da candidatura a presidente do tucano José Serra. “Estamos falando desse valor desde a campanha, não faz sentido mudar. E se o Serra tivesse sido eleito, quanto seria o mínimo pedido pelo PT: R$ 700, R$ 800?”, avaliou Francischini.
Já a proposta intermediária defendida pelo DEM, de R$ 560, conta com o apoio dos três deputados do partido (Abelardo Lupion, Eduardo Sciarra e Luiz Carlos Setim) e de Rosane Ferreira (PV) – além de Edmar Arruda. “Tenho a impressão de que o governo já armou o terreno para passar um rolo-compressor, com ameaças e tudo mais contra os partidos dissidentes da base. Mas nós vamos fazer a nossa parte de defender uma alternativa de R$ 560, que por sinal é bastante viável”, declarou Sciarra.
Fonte: Gazeta do Povo.
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